A que dá mais atenção na seleção de pessoas?
Quantas vezes já pensou que um determinado candidato tem as competências certas, mas que não é a pessoa certa para a função ou que tem de admitir um candidato, ainda que não seja para a função que está a selecionar no momento?
É verdade, estas situações ocorrem com maior frequência do que se pensa. Porquê?
Porque estamos constantemente a valorar as pessoas. A tentar perceber se elas encaixam na cultura da equipa, se vão ser compatíveis no futuro, se vão ser felizes, se não se vão embora à primeira oportunidade, se isto, se aquilo. A seleção é um processo de comparação de diversas variáveis ou dimensões com base nas quais fazemos a nossa escolha e tomamos a decisão de contratar. Para isso, o selecionador tem de se preparar bem.
São diversas as variáveis a considerar na entrevista dos candidatos.
A primeira é, desde logo, o perfil da função. Analise bem o que é requerido, leia o descritivo de funções e informe-se sobre o que é essencial que o candidato a selecionar tenha, as competências requeridas, as pessoas com as quais vai trabalhar, enfim, tudo o que diga respeito à função em si.
Depois, analise o Curriculum Vitae (CV). O CV de um candidato deverá, à partida, dar-lhe as informações essenciais sobre o percurso profissional e as conquistas que o candidato fez. Leia o CV com antecedência e atenção e anote os aspetos que pretende aprofundar ou esclarecer na entrevista. Vá preparado para “vender” a função e a organização, porque os candidatos poderão não estar interessados no que tiver para lhes oferecer.
Prepare-se. Decida quais as perguntas que pretende fazer, decida o tempo que tem para dedicar a cada candidato. Seja um bom anfitrião. Faça os possíveis para que cada candidato se sinta o menos constrangido possível. Obterá mais informação se o entrevistado estiver à vontade, abrir-se-á mais e permitirá que o conheça melhor.
E vá para a entrevista confiante, sabendo o que quer, mas seja flexível. Prepare-se também para as surpresas, porque elas vão aparecer. Não se preocupe com o efeito de “halo”, em todas as interações que fazemos com outras pessoas, fazemos apreciações e valorações, é natural que o façamos com as pessoas que entrevistamos, particularmente se for para trabalhar diretamente connosco. Foque no objetivo. Observe, registe, tire notas sobre as suas perceções e sobre as suas sensações, para mais tarde analisar. Em caso de dúvida, pode avaliar a capacidade de execução dos candidatos com casos práticos e ver como se saem.
Além de tudo, confie em si e na sua intuição e estará preparado para fazer as escolhas certas, no momento certo, para a função certa.